27.12.05

Fragmentos do espólio: F. Nietzsche / Julho de 1882 a Inverno de 1883/1884

“História = evolução das finalidades no tempo: de tal modo que cresçam mais elevadas a partir das mais baixas. Faltaria ainda explicar por que as formas mais elevadas de vida teriam sempre de aparecer. Quanto a isso, teólogos e darwinistas estão em uníssono do que isso acontece. Mas o todo é uma hípotese formulada a base de ajuizamentos de valores – e até de novas apreciações de valor. O inverso, de que tudo até nós é decadência, também é demonstrável. O ser humano, e justamente o mais sábio, como o supremo engano da natureza e como autocontradição ( o ser mais sofredor): até agora a natureza vai a pique. O orgânico quanto degeneração”.


As raças nobres são essencialmente burras. Os escravos, pelo contrario, que baseavam suas vidas na miséria do ressentimento aprenderam a pensar, aprenderam a maquinar, a destruir, a trair a confiança, ou seja lá o que for. Esses últimos são uma raça mais inteligente, contudo, negaram a vida.
E que minhas conclusões a respeito do ser-acima-do-humano nos moldes de nietzsche não passam de ilusão: pois como ele mesmo constata através do eterno-retorno, um movimento circular donde tudo se repete, e a história não estaria fora disso. O conflito entre apolíneo e dionisíaco que submete este àquele: e que talvez esse conflito não passe de uma regular adaptação dos ciclos de doença e saúde do próprio filosofo que exterioriza algo exatamente fisiológico. Sendo a doença Apolo e a saúde Dionísio. Nesses moldes o ser-acima-do-humano não pode existir sem que haja qualquer indicio do mesmo na história. A única coisa que a história nos mostra são valores em conflito(luta de classes) nobres e escravos numa eterna luta; num eterno conflito. Pois bem, meus amigos, aí está o cenário do nascimento do ser-acima-do-humano. Vejo que o mundo tornar-se-á único, um só governo, uma só constituição, raças todas unidas. Não mais haverá objetivos supérfluos como politica, economia, poder, dinheiro, pois o equilíbrio foi atingido. Nesse cenário completamente novo e longe das amarras do eterno-retorno, não há objetivo, não há religião; a única necessidade será fisiológica: todas as raças unidas e misturadas, o sexo valorado até o seu grau mais elevado. Uma busca particular e inconsciente de cada ser humano ao seu complemento, ao que nele há de pequeno e quer elevar-se. Nasce o ser-acima-do-humano, fruto de uma miscigenação fora do comum, pois uniu todos os valores, todas as perspectivas, todos os juízos em um único ser, e, consequentemente, anulou-os.

Meus amigos, a geração vindoura após a unidade humana será espetacular: as crianças serão as mais lindas e espetaculares, algo nunca jamais visto.

As vezes escrevo para mim mesmo sem saber.

7.12.05

Guerra contra os fracos.

Bom, após constantes interpretações sem base alguma, críticas e calunias, resolvi postar o meu entendimento a cerca de uma intrigante visão "nietzscheniana" (ra! espero que ninguem se auto denomine dessa forma), após ter lido isso:

"Quando vejo uma criança africana em pele e osso, e sei que ela dificilmente será ajudada, tenho nojo de nietzsche".

quem são os fortes(nobres); quem são os fracos(escravos)

Primeiramente, com relação a quem são os nobres e os escravos e de que sociedade eles subsistem: está disposto no “Que é aristocrático?” (Bem e mal)
Compreendi, basicamente, que as atitudes do homem nobre estão ligados a afirmação da vida. A vontade de potência toma vazão no sentido de afirmar a vida a todo custo. Mas o que é afirmar a vida? Nietzsche em “O anticristo” determina: O que é bom? – Tudo aquilo que desperta no homem o sentimento de poder, a vontade de poder, o próprio poder. A partir dessa afirmação eliminei uma série de sentimentos que poderia prejudicar a vontade de poder no sentido de afirmar a vida, quais sejam: Ressentimento, mágoa, vingança. Desses sentimentos decorrem: culpa, remorso, etc. No entanto, é bem provável que tudo se resuma a ressentimento. Nietzsche combate isso em ECCE HOMO aduzindo o mal à saúde.
Tudo que é e foi nobre decorre dos valores de uma sociedade aristocrata.
Quanto aos fracos: tudo quanto é ato que decorra do Ressentimento é mau. “O que é mau? – Tudo que nasce da fraqueza”. (“O anticristo”)
Quem são os fracos? Os idealistas , os utópicos, românticos decadentes, etc. Aqueles que em virtude de uma valoração proveniente de uma sociedades de escravos ainda baseiam suas atitudes no ressentimento, mágoa e, até mesmo, ódio-- dentre outros.
Não necessariamente os criminosos, corruptos, assassinos são os fracos, pois o que precisa ser analisado é o sentimento que dele decorra seus atos.
Nietzsche muitas vezes surpreende no sentido de dizer sim a guerra, mas se esta está ligada a afirmação da vida, acredito ser totalmente valido.
Hoje em nossa sociedade, a mistura de raças (nobre/escravo) dissipou uma série de valores necessários a uma vontade de poder saudável, dando origem a ideologias mórbidas: como o socialismo e a democracia. Nesse cenário aparece o homem superior( além do homem ) que consegue se sobrepor a toda essa decadência e criar valores novos, reaver valores nobres, deixando de ser escravo.
Escrevi , em suma, meu entendimento sobre essa questão do (nobre/escravo). Para mim, nobre e forte podem ser entendidos como sinônimos, assim como fraco e escravo. Sem prejuízo do entendimento.
Espero que tenham entendido minha posição. Ela decorre de uma interpretação pessoal, mas perceba que há fundamentos para isso. Não existe quem domine Nietzsche, toda discussão é pertinente.

1.12.05

Máximas de minha autoria.

Talvez eu me prontifique a explicar algumas dessas frases em posts vindouros; ou talvez eu espere que tirem suas próprias conclusões.

-- Amo as pessoas que pensam diferente, pois já deram o primeiro passo que as tornarão únicas.

-- Garras, garras para sacrificar o próprio povo-- ai está em essência, todo criador.

-- Apto para julgar está o julgador que criou sua própria justiça.

-- Só existe crime se houver lei anterior que o defina. Em síntese, a violência maior é contra a lei.

-- Quando um membro do poder legitimado perece, vítima da barbárie a qual luta desenfreadamente, toda a populaça se enaltece em solidariedade e revolta, visto que o representante de sua autoridade sucumbiu ao que eles mais temem. Essa morte é a repressão de um instinto milenar que foi delegado ao Estado de Direito—vingança!

-- O homem justo é aquele que percebe as nuances de poder e mantém a situação—dominantes e dominados! Que ressalte-se, os movimentos sociais não passam de nuances de poder.

-- A extinção da humanidade acontecerá não por catástrofes apocalípticas, e sim porque as mulheres tornar-se-ão estéreis.

-- Se as mulheres não fossem enigmas, os homens jamais se dariam ao trabalho de pensar.

-- Nos seus primórdios, o homem somente encantou-se pelo ouro, pois com este, conseguiu-se agradar as mulheres.

-- Tédio, só existe quando há certa necessidade de se lidar consigo mesmo.

-- Quando o texto da lei perde-se ante as interpretações e a intenção do legislador não mais é levada em consideração—surge então, o advogado!

-- O que é Deus? Deus é energia criadora que quer se expandir, que quer se libertar. Deus é poder. Deus é vontade de poder! *(I.P/F.N)

-- Devemos caminhar em direção ao homem reflexivo.

-- Todo governo fundado na capacidade de alguns em representar muitos, fracassará: pois tal habilidade, por si só, já se constitui em fraude.

*Interpretação Pessoal/ F. Nietzsche